
11 fev Infertilidade conjugal e a mulher moderna
Infertilidade conjugal é definida como ausência de gravidez após um ano de relações sexuais desprotegidas. Acomete 15% dos casais em idade reprodutiva, podendo atingir 30% nos casos em que a idade da mulher é superior a 40 anos.
Na busca da realização profissional em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, a mulher atual se vê no dilema de adiar o sonho da maternidade. Com isso, a idade de maior facilidade de engravidar ( entre 20 e 33 anos) se perde no tempo.
Os óvulos envelhecem e não se renovam, pois são produzidos ainda na idade fetal (7º mês de vida intra-uterina). Em contra partida, os espermatozoides são ”renovados” a cada 3 meses, embora homens acima de 45 anos tem mais risco de desenvolver teratozoospermia (aumento de espermatozoides morfologicamente anormais).
Quando o casal não engravida após 12 meses, é importante investigar a causa. Ultra-sonografia, histerossalpingografia (figura I02), exames laboratoriais e espermograma deverão ser solicitados na primeira consulta. Mulheres acima de 35 anos deverão realizar os exames mais cedo, após 6 meses. As causas de infertilidade conjugal são divididas em fatores masculino e feminino que podem ocorrer isoladamente ou em conjunto. O fator masculino é isoladamente responsável pela infertilidade em até 1/3 dos casais e associa-se ao fator feminino em 20% dos casos. O fator feminino envolve diversas alterações (tubo-peritoneal, ovariana, uterina,cervical,dentre outras) e está presente em 60% dos casais (figura 1).

Figura 1
Para os casos em que há alterações na cavidade do útero (miomas, pólipos) indicamos preferencialmente a histeroscopia (figura 2).

Figura 2
Nos casos de anovulação (síndrome dos ovários micropolicísticos (figura 3), insuficiência lútea, etc), fator masculino leve (alteração na quantidade e/ou qualidade do número de espermatozóides) ou ISCA (infertilidade sem causa aparente) podemos indicar coito programado ou inseminação artificial com indução da ovulação que consiste em administração de hormônios e o controle do crescimento dos folículos ovarianos através do ultra-som.

Figura 3
A hora da ovulação é prédeterminada e o casal terá relação sexual nesse momento (coito programado) ou o parceiro colherá o sêmem no laboratório , este será processado, onde se separarão os melhores espermatozóides que serão colocados dentro do útero (inseminação artificial – figura 4).

Figura 4
Nos casos em que há obstrução das duas trompas uterinas ou azoospermia (ausência de espermatozóides), a FIV (fertilização in vitro) associada ou não a ICSI (injeção intra-citoplasmática de espermatozóide – figura 5) seria o único tratamento eficaz. Independente da causa de infertilidade e tipo de tratamento a ser realizado, a idade da paciente é o fator que mais influencia nas taxas de gravidez. Portanto, mulheres jovens que pretendem adiar a maternidade , tem a opção de “ congelar seus óvulos” através da criopreservação (armazenamento de gametas em nitrogênio
líquido a -196°C) ou vitrificação (armazenamento sem formação de gelo).

Figura 5
E para os casais inférteis, a procura precoce de atendimento especializado é importantíssimo, pois estes com tempo de infertilidade inferior a 3 anos possuem maiores chances de realizarem o grande e almejado sonho: serem pais.